domingo, 31 de dezembro de 2017

Onde Humano


EM CENA CANTA O POEMA
da minha janela............................................... para ti
mal dita personagem dos ares terrenos
não digo que havia as medidas da fala de Hamlet
mas sei que em outro tanto beleza havia e pensamento
mesmo seguindo por distintas cenas distantes
por tantas que vindo e vendo meu olfato lento
compreendo acima de tudo por que te-anojaste
ao ver o humano abaixo a tua frente
esse bicho na terra tão pequeno
claro... aí de cima há tanto espaço pra julgamentos
quanto o-faço nestas ex-brancas páginas
como não querer sujar o de baixo então
se ele é todo metido à presunção de humano ser
de querer estar o maior de todos os mundos
e nesta terra de línguas babélicas
em que não és mais hieroglífico
uma nossa mãe egípcia bem antiga
onde digo ser um teu simpatizante amigo
e num azul e branco e cinza dessas correntes
em que crucificado marmoreamente estás
a planar sobre todos os planos e
paisagens e cenas e móveis gentes
vejo tal imagem tua de estátua em movimento
sob um sol sempre novo a te-organizar o organismo
nessa tua assepsia incrível
e penso teu dia teu expediente
funcionário dessa funerária sem limites
que compartilha conosco pacientemente
parte da sujeira destes santos campos seculares
onde o corpo sem o odor dos valores
é um sabor baldio em todos os terrenos
(nota depois de reescrito o poema:
O poeta acima não conhecia ainda o dr. Quejando)
(Vendo urubus voando serenos.)


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Foto: Ernâni Getirana

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